Apresentação

Em 2019, a Pró-Reitoria de Pós-Graduação (PRPG) da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) constituiu uma Comissão formada por docentes e discentes da Pós-Graduação, assim como por membros da Comissão Própria de Avaliação (CPA), para iniciar o processo institucional de Autoavaliação dos Programas de Pós-Graduação, com base na recomendação da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES).

            Uma vez que a missão da UFRPE é “construir e disseminar conhecimento e inovação, através de atividades de ensino, pesquisa e extensão, atenta aos anseios da sociedade”, o processo de autoavaliação possibilitará o Planejamento Institucional relacionado ao crescimento e à consolidação da Pós-Graduação, com qualidade acadêmica e responsabilidade social, objetivando contribuir para a resolução de problemas que afetam a sociedade e as condições ambientais do Estado de Pernambuco e da Região Nordeste. 

O estudo teve como base o modelo elaborado por outra instituição de ensino superior, o qual era constituído por questionários personalizados para as categorias DISCENTES, DOCENTES e TÉCNICOS EM ADMINISTRAÇÃO vinculados aos PPGs. Em seguida, os questionários, adaptados pela Comissão às particularidades da UFRPE, foram encaminhados para as coordenações dos Programas de Pós-Graduação (PPGs), para conhecimento e sugestões. Após realizadas as adequações sugeridas, a PRPPG transformou os questionários em formulários eletrônicos e os enviou às coordenações dos PPGs, para posterior encaminhamento a seus discentes, docentes e técnicos administrativos (FASE DE EXECUÇÃO).

Após o período instituído para execução, os dados obtidos de cada PPG foram encaminhados separadamente para sua respectiva coordenação, com o objetivo de realizarem a análise e divulgação dos resultados (FASE DE ANÁLISE e DIVULGAÇÃO). Da mesma forma, a PRPPG procedeu a análise do conjunto de dados de todos os PPGs, o que resultou na elaboração do I RELATÓRIO DE AUTOAVALIAÇÃO DOS PROGRAMAS DE PÓS-GRADUAÇÃO DA UFRPE (www.prppg.ufrpe.br). Este documento norteará as ações da PRPPG, visando aprimorar a gestão da Pós-Graduação e da pesquisa realizada na instituição e se consolidar como referência nas suas diferentes áreas de atuação.

 

Vislumbramos, ainda, alguns pontos que planejamos melhorar. Necessitamos, por exemplo, aumentar o intercâmbio com outras instituições, receber alunos para cursar disciplinas em nosso programa e enviar alunos para cursar disciplinas em outras regiões. Em 2017, trabalhamos no incentivo de nossos discentes para participar de editais para realização de estágio sanduíche. Em 2018 dois discentes realizaram o Estágio Sanduíche no Exterior (França e Nova Zelândia). Nos anos anteriores, apesar dos esforços da coordenação, um baixo número de discentes se interessou por este tipo de atividade. Apesar disso, o programa continua focado em preencher esta lacuna, especialmente com a aprovação do edital Print-CAPES.

Temos poucas bolsas de estudo no programa, e, considerando o curso de Doutorado, o manejo de bolsas fica restrito a um recorte temporal de quatro anos. O baixo número de bolsas, sem dúvida, é um fator limitante para a atração de novos alunos. Assim sendo, vislumbramos pleitear por mais bolsas através de editais de Chamadas do CNPq/CAPES/FACEPE entre outros.

Acreditamos que podemos atualizar o quadro de disciplinas. Vislumbramos, ainda, em fortalecer a oferta de disciplinas com características analíticas como, por exemplo, as disciplinas ofertadas em 2019 de modelagem de nicho e modelos lineares gerais oferecidas por professores da UFMT e UFMS, respectivamente.

 

Panorama Geral do Programa 

O Programa de Pós-Graduação em Etnobiologia e Conservação da Natureza foi criado no ano de 2011, com a proposta voltada para formar profissionais na interface natureza/cultura. Recebeu inicialmente o conceito 4, ascendendo para 5 na primeira avaliação CAPES. Nessa avaliação, o programa vem adotando estratégias visando ascender ao conceito 6, e para isso vem buscando se ajustar para atender aos critérios de excelência estabelecidos pela CAPES, sobretudo no que diz respeito a aspectos de avaliação importantes, tais como: políticas de gestão, infraestrutura, metas de internacionalização, relacionamento docente-discente, relacionamento orientador- orientando e desempenho do discente.

No transcorrer de sua existência, o PPGEtno tem obtido uma produção científica destacada em número e qualidade, que em alguns períodos esteve concentrada em uma parte dos docentes. Assim, o programa tem adotado estratégias para tornar essa produção mais homogênea entre o seu corpo docente, o que representa um desafio considerando a natureza do programa e a diversidade de universidades que o compõem. Além disso, tem-se buscado potencializar a maior integração discente/docente na produção do programa.

Os procedimentos de avaliação do desempenho dos docentes têm sido realizados a partir das orientações da CAPES, as quais norteiam as estratégias adotadas. Entre essas,  estão o credenciamento e descredenciamento periódico dos docentes, objetivando manter os docentes com produção destacada e atrair novos docentes produtivos, buscando manter maior equilíbrio entre as linhas de pesquisas do programa. A oferta de disciplinas do programa tem sido atualizada, a partir da avaliação dos docentes e dos discentes, buscando sempre disponibilizar mais disciplinas que auxiliem nas pesquisas realizadas no programa, bem como a produção científica associada. Para melhoria da internacionalização, a coordenação tem estimulado o estabelecimento de parcerias com pesquisadores estrangeiros, a atração de alunos de outros países, a participação de pesquisadores estrangeiros nas disciplinas do programa,  participação dos docentes em eventos internacionais e atividades acadêmicas diversas. De forma sintética, essas estão entre as principais ações para superar as limitações que vêm surgindo ao longo da existência do programa para se ajustar às mudanças de critérios que vêm sendo adotadas pela CAPES nas suas avaliações periódicas.

 

Estratégia de Autoavaliação

O processo de autoavaliação está baseado no planejamento estratégico, coleta e análise de informações de discentes, egressos, docentes e técnicos acerca de suas visões do Programa em diversos aspectos, contribuindo com a construção do planejamento estratégico do PPGEtno e com a avaliação das metas estabelecidas no início de cada quadriênio. Este processo estará alinhado com as metas e objetivos do Programa, com a ficha de avaliação da CAPES para a área de Biodiversidade e com o Plano de Desenvolvimento Institucional da Universidade Federal Rural de Pernambuco (Instituição Sede do PPGEtno). Nesse sentido, a nossa autoavaliação considera os seguintes aspectos:

 

(1) Aspectos ligados ao Programa, como atualização e adequação das linhas de pesquisa, projetos de pesquisa em andamento e disciplinas com a área de concentração, proposta do programa e perfil do egresso; adequação da infraestrutura, como secretaria, salas de aula, acesso à internet, laboratórios equipados, de modo a auxiliar o desenvolvimento das linhas de pesquisa do programa, destacando a atuação de técnicos para o andamento adequado das atividades; adequação do corpo docente à proposta do programa, avaliando a proporção de docentes permanentes e colaboradores e a proporção de docentes com orientação concluída e disciplinas ministradas no programa em cada quadriênio; avaliação do planejamento estratégico do Programa, a partir das metas projetadas, considerando sua adequação ao Plano de Desenvolvimento Institucional da UFRPE e a necessidade de integração entre técnicos, docentes e discentes para a avaliação do planejamento; avaliação dos critérios e dos processos de credenciamento e recredenciamento de docentes permanentes do Programa, em cada quadriênio.

(2) Aspectos ligados à formação discente, como uma avaliação constante, junto com os discentes, sobre as disciplinas ofertadas (adequação das ementas para o favorecimento de competências e habilidades na formação de profissionais capazes de integrar aspectos ligados à natureza e sociedade em suas atuações; inserção de disciplinas alinhadas com a proposta do Programa e linhas de pesquisa) e em relação à atuação dos docentes e da coordenação para o favorecimento da formação discente, considerando a qualidade das orientações das teses/dissertações; avaliação da relação das teses e dissertações com a proposta e linhas de pesquisa do Programa, quantificando a qualidade dos produtos (artigos), com base nas métricas da CAPES, diretamente vinculados às teses/dissertações; avaliação dos estudantes egressos quanto à atuação profissional, sua aderência ao perfil do egresso do Programa e a importância da formação no PPGEtno para a sua atuação profissional; quantificação de casos de evasão e uma avaliação das razões associadas e esses casos.

 

(3) Aspectos associados à produção intelectual, considerando os artigos produzidos em conjunto com discentes do Programa e sua qualidade, derivados das teses/dissertações, sendo também importante avaliar as principais produções dos docentes e o quanto essa produção envolve discentes; avaliação da qualidade dos artigos publicados no quadriênio, segundo as métricas da CAPES e de livros, capítulos de livros, produções técnicas, registros de patentes, entre outros;

 

(4) Avaliação do impacto social, cultural e econômico do Programa, a partir de produtos derivados das teses/dissertações e de outras ações propostas ou apoiadas pelo Programa, considerando os impactos das ações que favoreçam mudanças potenciais em uma ou mais áreas da sociedade e em uma ou mais escalas (local, regional, nacional ou internacional).

 

(5) Aspectos ligados à internacionalização, avaliando as parcerias com programas ou instituições de outros países, a realização de disciplinas e eventos em parceria com outros programas/instituições, produção intelectual com pesquisadores de outros países e intercâmbio de estudantes entre os programas/instituições.

 

A partir, então, dos aspectos pontuados anteriormente, a nossa autoavaliação envolve tanto a qualidade da formação discente como a produção intelectual do Programa, seu o impacto social, cultural e econômico e sua internacionalização, como eixos norteadores do processo.

 

Procedimentos

            A autoavaliação do PPGEtno, no quadriênio 2021-2025, ocorrerá em ciclos anuais, instrumentalizados pela aplicação de questionários com toda a comunidade e na reunião anual de integração com docentes, discentes e técnicos. Na oportunidade, os principais aspectos das estratégias de autoavaliação, elencados anteriormente e no planejamento estratégico, serão objeto de análise e reflexão continuadas. Uma comissão interna, constituída por representantes de técnicos, discentes, docentes e egressos, se debruçará sobre a análise desses dados para produzir relatórios circunstanciados que serão objeto da análise da comunidade acadêmica. Esses relatórios devem conter uma análise quali-quantitativa de nossos avanços, com recomendações expressas para a correção de rumos em se fazendo necessário. O resultado anual da autoavaliação será divulgado para a comunidade acadêmica por meio de relatórios executivos e reuniões (presenciais ou remotas).

            Além disso, obviamente, a autoavaliação deve considerar os avanços em relação ao planejamento estratégico, contemplando aspectos específicos quali-quantitativos de medida de sucesso acadêmico/profissional/pessoal de nossa comunidade acadêmica.

 

Em relação aos discentes

O programa possui hoje mecanismos de monitoramento da qualidade dos trabalhos por meio de atividades de acompanhamento desde a concepção do projeto até a apresentação de dados parciais. Além disso, o programa sempre se preocupou com a instrumentalização teórica e metodológica dos discentes, oferecendo disciplinas ligadas à elaboração de perguntas científicas, redação de trabalhos e construção de projetos. A autoavaliação no quadriênio, coletará dados a partir da perspectiva dos discentes e docentes, da efetividade dessas estratégias para a melhoria da qualidade dos produtos e da formação profissional. As medidas objetivas de sucesso consistem da publicação de produtos derivados diretamente da tese em veículos de alta qualidade; envolvimento do discente em ações de inserção social e popularização de sua pesquisa, quando pertinente. Medidas qualitativas referem-se ao bem-estar subjetivo e satisfação quanto ao trabalho realizado e qualidade das relações interpessoais estabelecidas no Programa. Identificando desafios nesse último aspecto, o Programa pode atuar promovendo eventos ou ações pautadas na melhoria da qualidade dos relacionamentos em ambientes profissionais.

 

Em relação aos docentes e técnicos

Estratégia muito semelhante à anterior pautará o monitoramento do sucesso entre docentes e técnicos. Obviamente que o sucesso do docente está relacionado à qualidade das orientações e relações interpessoais que estabelece na comunidade, bem como da qualidade de sua atuação no ensino. A autoavaliação considera a avaliação anônima e contínua, ao fim de cada semestre letivo, das disciplinas pelos discentes de modo identificar pontos de fragilidade. Mas entendemos que a avaliação não pode ter um caráter punitivo, mas educativo, de modo que os docentes tomarão conhecimento de sua atuação e obterão apoio da coordenação com sugestões para alinhamento de sua prática às expectativas do Programa e discentes. Desse modo, identificados problemas que não podem ser contornados, seja no âmbito do ensino ou da qualidade de orientação, o Programa deve tomar iniciativas que preservem os objetivos da pós-graduação, qualidade do ensino e da pesquisa, e saúde mental da comunidade. Desse modo, esses dados serão associados a medidas subjetivas de bem-estar e saúde mental, tanto dos docentes quanto dos técnicos, de modo a permitir um diagnóstico do ambiente acadêmico do PPGETno. Essas medidas qualitativas ocorrerão em ciclos anuais coincidindo com o fim das atividades acadêmicas. A qualidade do apoio técnico será medido objetivamente pelo atendimento das demandas estritamente relacionadas às atividades de um programa de pós-graduação em suas ações de pesquisa, ensino e extensão. Nesse aspecto, para evitar excessos de cobranças e demandas, deve-se estabelecer um calendário/programa de atividades temporalmente delimitadas com suas respectivas demandas e expectativas de entrega.

Em relação ao PPGEtno

            O sucesso do PPGEtno está inexoravelmente atrelado ao sucesso anteriormente mencionado, que reverberam na sua missão, visão e objetivos estratégicos. Avaliaremos o sucesso do programa, objetivamente, por meio de indicadores quantitativos de desempenho/monitoramento:

1) Acompanhamento dos egressos e se atuam em compatibilidade com a formação que tiveram no Programa;

2) Acompanhamento da qualidade dos trabalhos desenvolvidos e o seu alinhamento aos objetivos do programa; 

3) Acompanhamento da formação e taxas de desistência e conclusão. Todavia, receberão especial atenção, o monitoramento da inovação e inserção social de nossos resultados. Não que os outros aspectos não sejam importantes, pois já fazem parte do fluxo atual de atividades e rotina do programa, mas a inovação e inserção social estão no cerne da proposta do Programa.