Período: 2021-2024, 2025-2028

 

Introdução

A ideia de uma pós-graduação em etnobiologia sempre foi acalentada pelo Dr. Darrell Posey, etnobiólogo que trabalhou na região Norte do Brasil desde os anos 1970 e faleceu em 2002 - vítima de um tumor cerebral -, que vislumbrava a necessidade de formar recursos humanos capazes de transitar na dicotomia natureza e sociedade, considerando as peculiaridades inerentes a cada um desses elementos. Mas por que associar a Etnobiologia com a Conservação da Natureza? A etnobiologia é um campo cada vez mais em expansão e proeminência, em especial nos países em desenvolvimento face à grande diversidade biológica e cultural que pode ser encontrada nessas regiões. De um lado, não se pode falar hoje em dia de conservação da natureza sem considerar todas as dimensões envolvidas, sejam elas científicas, políticas e ideológicas. Por outro lado, incluir os seres humanos nessa discussão, como agentes transformadores da paisagem e dos recursos naturais, tornou-se algo tão óbvio, mas infelizmente negligenciado.

Diante disso, almejamos criar um programa que atendesse esse perfil. Assim, o Departamento de Biologia da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), em cooperação com a Universidade Estadual da Paraíba-UEPB e Universidade Regional do Cariri-URCA, apresentou a proposta de abertura do curso de Doutorado em Associação, modalidade Associação Parcial em Etnobiologia e Conservação da Natureza no ano de 2011.  Em 2020-2021, a Universidade de Pernambuco e a Universidade Federal de Pernambuco inserem-se na proposta. Tratava-se da primeira proposta de doutorado voltada para formar profissionais na interface natureza/cultura. Programas semelhantes, no melhor de nosso conhecimento, são oferecidos na Europa e nos Estados Unidos. A proposta, então, representava o primeiro Doutorado com esse perfil na América Latina, cuja demanda por profissionais com formação cresce vertiginosamente, especialmente com olhar voltado para tratar as complexas e delicadas questões que envolvem sociedade, natureza e cultura. Surgiu, então, em 2012, o primeiro programa em pós-graduação em etnobiologia e conservação da natureza que contemplava um programa de Doutorado em Associação. Logo em sua primeira avaliação, então trienal, o programa sobe para conceito 5 da CAPES. A visibilidade do programa foi tamanha que, em 2016 surge, também, o mestrado.

Em 2021, o PPGEtno conta com um quadro docente atualizado, sendo 22 docentes do núcleo permanente e 01 docente do núcleo colaborador. Visando o fortalecimento do Programa em sua sede, a saber a UFRPE, contamos com o credenciamento de três novos docentes altamente qualificados junto ao corpo docente. Ainda, o Programa contou com a entrada em 2021 de 23 doutorandos e 07 mestrandos. A citação dos trabalhos dos docentes do PPGEtno nos trabalhos de outros pesquisadores nacionais e internacionais vem cada vez mais se destacando. Atualmente, o PPGEtno conta com 100% dos docentes permanentes com índice H ≥ 7 e 80% dos docentes permanentes índice H ≥10.  Ainda, o Programa conta, em seu corpo de docentes permanente, com 11 bolsistas produtividade em Pesquisa do CNPq (48% nível 1). Ainda, dois docentes do PPGEtno, a saber Prof. Ulysses Paulino de Albuquerque e Rômulo Alves foram considerados como os "Cientistas mais influentes do mundo", de acordo com avaliação de publicação recente na revista Plos Biology.

Desde 2016 o PPGEtno formou 63 egressos (43 doutores e 20 mestres). No doutorado, ao longo do quadriênio atual (2017-2020), incluindo o ano de 2016 (quadriênio anterior), um valor impressionante de 40 discentes (95,45%) possuem vínculo empregatício ou de bolsa. Mais especificamente, 41,9% desses egressos atuam como docentes no magistério superior público, 18,6% na iniciativa privada, órgão ambiental, ONG ou consultoria, 14% são bolsistas de pós-doutoramento (CAPES, CNPq, FACEPE), 11,6% atuam no magistério médio/fundamental privado ou público, 11,6% no magistério superior privado, e 2,33% sem ocupação. É importante ressaltar que mesmo com a redução drástica em concursos públicos para professor em IES, quase metade dos egressos entre 2016 e 2020 conseguiu aprovação em concursos. As informações detalhadas da situação dos egressos por ano estão disponíveis na Figura 1. No mestrado, 33,3% dos discentes são bolsistas de doutorado, 23,8% estão sem ocupação, 19% atuam na iniciativa privada, órgão ambiental, ONG ou consultoria, 4,76% trabalham no magistério superior público e 4,76% ministram aulas  no magistério privado.

Em se tratando dos avanços das teses e dissertações do programa, os mesmos vêm refletindo um constante crescimento, não somente nos resultados em forma de publicação, mas também na qualidade dos mesmos. Todos os egressos do doutorado publicaram, ao menos, um artigo científico. A porcentagem de egressos que tenham publicado no mínimo um artigo científico foi de 77,7%, dos quais somente 15 discentes de mestrado não publicaram artigos (apesar de alguns terem artigos submetidos). Um resultado que reforça a qualidade das dissertações e teses desenvolvidas no PPGEtno é que 76,33% dos artigos foram publicados em revistas com qualis A4+. Almejamos, no novo quadriênio, aumentar ainda mais o quadro de publicações resultantes das dissertações e teses.

 

Missão do PPGEtno

Promover a formação de profissionais diferenciados que sejam capazes de pesquisar e ensinar ecologia e conservação por meio da união entre natureza, cultura e sociedade.

A nossa missão encarna o nosso principal diferencial, uma vez que desde a sua criação o curso estava atento à demanda cada vez maior de abordagens e profissionais que consigam transitar, ou dialogar, nos contextos de interdisciplinaridade em uma sociedade cada vez mais multidiversa e pluriétnica. Quando tratamos dos desafios da conservação nas regiões tropicais, a emergência do paradigma interdisciplinar surge como uma alternativa para a necessidade de abordagens focadas na resolução dos problemas socioambientais de um país sociobiodiverso.

Com o seu componente sociocultural focado na perspectiva etnobiológica, o PPGEtno procura abrir uma ponte de conexão com os chamados "saberes tradicionais" como uma forma de proporcionar o diálogo entre os diferentes atores sociais envolvidos nos desafios socioambientais modernos. Desse modo, procuramos colaborar para que cada vez mais profissionais sensibilizados para os desafios emergentes em sociedades socioambientalmente complexas, sejam formados e atuantes em diferentes setores da sociedade e contribuindo, por sua vez, tanto para a construção de conhecimento científico como para políticas públicas socialmente justas e ambientalmente sustentáveis.

Existimos, então, para colaborar ativamente na transformação da realidade, em um mundo cada vez mais conectado e globalizado, permitindo que uma visão mais abrangente dos problemas ambientais seja tratada em toda sua complexidade e dinamismo. Como muitos de nossos estudos resultam em ações concretas voltadas para a sociedade abrangente, setorizada nos públicos-alvo de cada uma das pesquisas, conseguimos, na essência de nossa atuação, mediar as relações com os setores não acadêmicos da sociedade.

 

Visão do PPGEtno

Consolidar-se como um programa de referência para estudos em biodiversidade considerando  a relação entre pessoas, culturas e sociedade.

Em sua primeira avaliação trienal o PPGEtno firmou-se como um programa de referência nacional, mas com características de um programa de referência internacional dado a sua inserção, retorno social, qualidade e quantidade de sua produção científica e cultural. No melhor de nosso conhecimento, o PPGEtno é hoje um dos únicos programas da área de biodiversidade, com uma explícita preocupação com as relações dinâmicas entre os diferentes componentes e setores que constitui o cerne dos desafios ambientais. Para além da preocupação, o programa vem se estruturando didaticamente de modo a permitir que essa condição reverbere na formação, na produção científica e nos valores que retornamos para a sociedade.

A concretização de nossa ambição, depende de não perder de vista essa perspectiva, que está na base de criação do curso, mas alcançar as parcerias verdadeiramente horizontais e troca de experiências com pesquisadores que atuam, principalmente - mas não exclusivamente -, no que se convencionou chamar  Sul Global que envolve as regiões historicamente expropriadas pelos processos massivos de uma colonização epistemológica, cultural e ambiental que leva a marginalização dos saberes localmente produzidos.  Portanto, desejamos consolidar uma ciência relevante com potencial de gerar impactos sociais. Isso garantiria, a seu turno, um estreitamento das relações com atores não ligados à Academia.

 

Valores Gerados

Sustentabilidade - produção de conhecimento científico alinhado com o compromisso ético de conservar o ambiente, respeitando as necessidades humanas de acesso à biodiversidade;

Valorização da sociobiodiversidade - compreensão da complexa dinâmica que mantém, gera e perpetua todas as formas de vida do planeta, sem olvidar do componente sociodiverso que dela precisa e com ela interage; 

Cooperação - entendimento, em um mundo complexo, de que a cooperação constitui a base para produção de relações humanas e profissionais cada vez mais positivas, e a produção de conhecimento cada vez mais completo e híbrido por diferentes contribuições;

Respeito aos saberes não acadêmicos - o saber acadêmico constitui uma das formas de conhecimento produzida pelos esforços da humanidade para entender o mundo, mas em um mundo de desafios cada vez maiores, em escalas nunca previstas, a construção de saberes híbridos constitui-se em uma solução objetiva e necessária.

 

Objetivos Estratégicos

O PPGEtno objetiva formar profissionais capazes de tratar as complexas e delicadas questões que envolvem sociedade, natureza e cultura. O programa vem gerando produção científica em nível nacional e internacional, em formato de artigos publicados em revistas de alto impacto, e livros e capítulos publicados por grandes editoras internacionais como Springer e Elsevier. A maior concentração dos artigos dos docentes e discentes do programa no quadriênio em revistas de estratos Qualis A da CAPES evidencia a excelência da produção do programa.

Os recursos humanos formados no PPGEtno têm atuado em diversos setores da sociedade, como instituições de ensino e órgãos ambientais,  formando novos núcleos de pesquisa de qualidade e contribuição para a busca de soluções de problemas que envolvem o meio ambiente e sua exploração pelos humanos, atendendo às diretrizes  do  documento da área de Biodiversidade da CAPES, o qual  ressalta  que “O Brasil, por ser detentor da maior parcela da biodiversidade global, e por possuir um sistema amplo e competitivo de produção de ciência e formação de jovens, tem a obrigação de liderar o empenho global no sentido de harmonizar o uso e a conservação dos recursos naturais com o bem-estar humano”.

Para o próximo quadriênio, o PPGEtno almeja atingir os maiores conceitos de avaliação junto a CAPES  e, para isso, os seguintes objetivos estratégicos foram traçados:

1.  Fortalecer e ampliar a infraestrutura necessária para o desenvolvimento das pesquisas realizadas no PPGEtno;

2. Promover maior integração entre os docentes e discentes das diferentes instituições que compõe o PPGEtno;

3. Potencializar a  capacidade para recrutar e reter estudantes de pós-graduação em nível nacional e internacional;

4. Promover periódica atualização das disciplinas e estrutura curricular, possibilitando melhor capacitação dos alunos no desenvolvimento das pesquisas;

5.  Nortear o perfil do corpo docente com o interesse do PPGEtno e as diretrizes de avaliação da CAPES, visando  potencializar a produção científica de alto impacto e a boa formação dos discentes do curso;

6. Estimular a produção científica em parceria entre discentes e docentes;

7.  Manter e ampliar a produção qualificada de publicações do programa;

8. Amplificar as ações de inserção social associadas às pesquisas desenvolvidas no programa;

9. Intensificar e consolidar ações de internacionalização do PPGEtno.

 

Planos de Ação  

O quê? Fortalecer e ampliar a infraestrutura necessária para o desenvolvimento das pesquisas realizadas no PPGEtno;

Quando? 2021-2024, 2025-2028.

Quem? Gestores das IES associadas ao PPGEtno.

Por quê? Gerar mais conforto e funcionalidade para as atividades de pesquisa, ensino e extensão.

Onde? Todas as IES associadas ao PPGEtno.

Como? Alocando salas e equipamentos.

Quanto custa? Recursos próprios de cada IES, sem custos adicionais.

O quê? Promover maior integração entre os docentes e discentes das diferentes instituições que compõe o PPGEtno;

Quando? 2021-2024, 2025-2028, pelo menos uma vez por ano.

Quem? Coordenação geral e coordenações adjuntas do PPGEtno.

Por quê? Permitir esforços de colaboração com geração de potenciais novas parcerias entre docentes e discentes. Integração e conhecimento da comunidade acadêmica sobre as ações desenvolvidas em todos os setores.

Onde? Todas as IES associadas ao PPGEtno.

Como? Alocando salas e equipamentos; organizando encontros com toda a comunidade do PPGEtno.

Quanto custa? Recursos próprios de cada IES, sem custos adicionais.

 

O quê? Potencializar a  capacidade para recrutar e reter estudantes de pós-graduação em nível nacional e internacional;

Quando? 2021-2024, 2025-2028, pelo menos uma vez por ano.

Quem? Coordenação geral e coordenações adjuntas do PPGEtno, docente e discentes.

Por quê? Ampliar a atuação do programa a nível nacional e internacional.

Onde? Todas as IES associadas ao PPGEtno.

Como? Promovendo o programa por meio de vídeos e materiais digitais promocionais; divulgando as pesquisas desenvolvidas em um portal de divulgação científica do curso; estimulando a participação dos docentes em editais para auxílio de projetos de pesquisa que os discentes estão vinculados.

Quanto custa? Recursos próprios de cada IES, sem custos adicionais.

O quê? Promover periódica atualização das disciplinas e estrutura curricular, possibilitando melhor capacitação dos alunos no desenvolvimento das pesquisas;

Quando? 2021-2024, 2025-2028, pelo menos uma vez por ano, em encontros de toda a comunidade PPGEtno.

Quem? Coordenação geral e coordenações adjuntas do PPGEtno.

Por quê? Permitir que o programa esteja sempre à frente do conhecimento de ponta e das necessidades da sociedade abrangente.

Onde? Todas as IES associadas ao PPGEtno.

Como? Propondo novas disciplinas, eliminando outras que não se mostram mais relevantes aos cenários modernos.

Quanto custa? Recursos próprios de cada IES, sem custos adicionais.

O quê? Nortear o perfil do corpo docente com o interesse do PPGEtno e as diretrizes de avaliação da CAPES, visando  potencializar a produção científica de alto impacto e a boa formação dos discentes do curso;

Quando? No último ano de cada  quadriênio.

Quem? Colegiado de Coordenação Didática do Programa.

Por quê? Permitir que o quadro docente esteja sempre alinhado ao perfil do programa e as demandas, sempre crescentes, de conhecimento científico atual, relevante e significativo.

Onde? Coordenação geral de PPGEtno na UFRPE.

Como? Recrutando novos docentes por meio de editais específicos às demandas que surgirem. Avaliando, com o os docentes, a necessidade de renovação e reestruturação do quadro, aplicando as normas vigentes de credenciamento e descredenciamento.

Quanto custa? Recursos próprios de cada IES, sem custos adicionais.

O quê? Estimular a produção científica em parceria entre discentes e docentes;

Quando? Continuo durante o quadriênio.

Quem? Coordenação geral e coordenações adjuntas do PPGEtno.

Por quê? Permitir que o programa cumpra a sua função de formação de profissionais qualificados para atuar na produção de conhecimento científico.

Onde? Todas as IES associadas ao PPGEtno.

Como? Lançando, periodicamente, editais de apoio à tradução, revisão e publicação de artigos. Oferta anual de disciplina específica para a produção de textos científicos a partir de dados já coletados pelos discentes/docentes.

Quanto custa? Recursos próprios de cada IES, sem custos adicionais.

O quê?  Manter e ampliar a produção qualificada de publicações do Programa;

Quando? Continuo durante o quadriênio.

Quem? Coordenação geral e coordenações adjuntas do PPGEtno.

Por quê? Permitir que o programa cumpra a sua função de formação de profissionais qualificados para atuar na produção de conhecimento científico.

Onde? Todas as IES associadas ao PPGEtno.

Como? Lançando, periodicamente, editais de apoio à tradução, revisão e publicação de artigos. Oferta anual de disciplina específica para a produção de textos científicos a partir de dados já coletados pelos discentes/docentes.

Quanto custa? Recursos próprios de cada IES, sem custos adicionais.

O quê? Amplificar as ações de inserção social associadas às pesquisas desenvolvidas no programa;

Quando? Continuo durante o quadriênio.

Quem? Coordenação geral e coordenações adjuntas do PPGEtno, docentes e discentes.

Por quê? Permitir que o programa cumpra a sua função social de retornar conhecimento para os diferentes atores sociais, especialmente voltadas para uso em políticas públicas ligadas à saúde e meio ambiente.

Onde? Todas as IES associadas ao PPGEtno.

Como? Oferta anual de disciplina específica para a produção de textos de divulgação científica e sua publicação em redes sociais e portais. Atividades de retorno para a sociedade, de acordo com as especificidades e necessidades de cada trabalho de dissertação/tese desenvolvido no Programa. Quando pertinente, estimular que os discentes escrevam "Policy Briefs'', a partir de seus trabalhos de dissertação/tese, e sua publicação nos canais pertinentes.

Quanto custa? Recursos próprios de cada IES, sem custos adicionais.

 

O quê? Intensificar e consolidar ações de internacionalização do PPGEtno.

Quando? Continuo durante o quadriênio.

Quem? Coordenação geral, coordenações adjuntas do PPGEtno e docentes.

Por quê? Permitir que o programa amplie seu campo de atuação e o seu enriquecimento técnico-científico pela troca horizontal de experiências

Onde? Todas as IES associadas ao PPGEtno.

Como? Oferta  anual de disciplinas/eventos em inglês para permitir que os discentes tenham acesso ao conhecimento produzido por investigadores estrangeiros. Oferta de disciplinas em parcerias com instituições estrangeiras.

Quanto custa? Recursos próprios de cada IES, sem custos adicionais.

 

Análise de ambiente e de riscos

Ambiente Político

-   Ameaças

-   Conjuntura política nacional: Tendo em vista os constantes cortes de auxílio e bolsas que o programa vem sofrendo teremos, provavelmente, uma queda na procura por parte de discentes, assim como, uma mudança na dinâmica dos projetos.

- Políticas públicas para a pós-graduação: A constante desvalorização da pós-graduação pode ter efeito ainda mais danoso em um PPG situado no Nordeste e com Campus (p. ex., UPE) no interior de Pernambuco

-  Atuação de CAPES e MEC: Constantes cobranças e cortes de bolsas irão afetar a procura por parte de discentes, assim como o auxílio em pesquisas que requerem uma maior demanda financeira

-    Oportunidades

- Conjuntura política regional: Embora estejamos vivendo severos cortes em auxílios financeiros visando a pesquisa, a FACEPE (Agência Local de Fomento a Pesquisa) tem procurado criar editais de forma limitada auxiliando o programa de pós-graduação. Além disso, a FACEPE possui uma política de interiorização, beneficiando o PPGEtno (em especial, discentes e docentes da UPE)

-  Conjuntura política na UFRPE: A coordenação do PPGEtno tem se envolvido nas políticas da Universidade associadas à pandemia (comissões) e internacionalização (PRINT - viagem institucional para  Louisiana State University)

- Parcerias com órgãos externos: Como o Programa tem uma interface cultural e social importante, empresas e órgãos externos podem representar ótima oportunidade de parceria e fomento de pesquisas. Por exemplo, uma de nossas docentes foi premiada em 2019 pela L'Óreal no Prêmio Mulheres na Ciência Internacional. Como resultado, as pesquisas da docente sobre alimentação humana receberam auxílio financeiro para o ano de 2020.

 

Ambiente Econômico e Social

-  Ameaças

- Conjuntura econômica nacional: A atual situação econômica do país associada à constante desvalorização da pesquisa e pós-graduação tem tido um efeito ainda mais danoso em um PPG situado no Nordeste e com instituição (p. ex., UPE) no interior de Pernambuco.

- Condição socioeconômica de discentes: Por estar situado tanto em capitais quanto em cidades do interior do Nordeste, grande parte do corpo discente é de pessoas com menor condição socioeconômica. Como resultado, a situação econômica do país pode ter maior impacto em nosso PPG do que em outro da mesma área.

- Oferta de bolsas e auxílios (órgãos de fomento): Por ser um Programa relativamente novo, o PPGEtno começou em um período de desinvestimento em Pós-Graduação. Como resultado, recebemos cota de 14 bolsas de doutorado e 3 de mestrado (incluindo todos os discentes ativos) até 2020. Somente em 2021 essa cota foi aumentada para 20 bolsas de doutorado e 5 de mestrado. Porém, um aspecto positivo para o PPGEtno é sua característica associativa, o que permite interiorizar suas atividades (entrando nas prioridades da FACEPE) e até mesmo receber bolsas de outros órgãos estaduais (Ceará e Paraíba)

-  Oportunidades

-   Mercado de trabalho para egressos: Por se tratar de um programa cuja abordagem e linhas de pesquisa são bastante amplas, são também ampliadas as opções de inserção no mercado de trabalho. Em especial, por ser um programa de pós-graduação que traz a Etnobiologia como um eixo que alinha diferentes discursos já proporciona uma perspectiva inovadora da formação. Mesmo sem ter a pretensão de formar exclusivamente etnobiólogos o programa possibilita que profissionais com interesse em temas de ecologia e conservação possam ser desafiados a olharem suas questões a partir de uma outra lente disciplinar.  Além disso, o programa discute a necessidade do retorno do conhecimento produzido para a sociedade, como um dos desafios que a Etnobiologia assume em sua prática. Tal retorno proporciona aos profissionais em formação o exercício de traduzir e devolver os seus achados de pesquisa para a sociedade. Este último ponto permite que este programa tenha ótima contribuição e inserção social.

-  Contexto de pandemia: A interface pessoa-natureza característica do PPGEtno se tornou uma grande oportunidade para colaborarmos com a sociedade. Dentre os documentos e ferramentas produzidas pelo PPGEtno se destacam: (1) Manual de enfrentamento da fake news em tempos de covid-19 e (2) Mapa de percepção de risco e comportamento sobre o novo coronavírus.

-  Valorização das Universidades Federais pela sociedade: O projeto Etnobiologia em nosso tempo (https://www.youtube.com/channel/UCviD7NprMbfQF9WfUUHDjiw) é um canal no YouTube organizado por docentes do PPGEtno. Este canal fornece debates entre pesquisadores e discentes (incluindo do PPGEtno) sendo transmitido pelo Youtube durante 2020.

 

Ambiente Tecnológico

-  Oportunidades

- Disponibilidade de novas tecnologias: O desenvolvimento de projetos que utilizam o conhecimento tradicional para compreender o uso de espécies animais e vegetais na medicina tradicional pode ser uma oportunidade para o PPGEtno em termos de patentes no desenvolvimento de medicamentos.

- "Concorrência" com PPGs correlatos: Duas características importantes do PPGEtno em relação a outros programas: (1) formato associativo e capilaridade no nordeste e interior de Pernambuco, (2) um dos poucos PPGs da Biodiversidade que estuda profundamente o conhecimento tradicional para entender o uso da biodiversidade e, desse modo, tem a capacidade de fornecer ferramentas de cunho técnico e social.

- Demanda externa por produtos e serviços científicos: O desenvolvimento de projetos que envolvem comunidades locais e, muitas vezes carentes, traz consigo a oportunidade de sua aplicabilidade por meio de ações socioambientais, por exemplo. Além disso, docentes, discentes e egressos do PPGEtno estão frequentemente envolvidos em atividades de educação ambiental, consultoria, formação docente da rede básica de ensino, e representação em conselhos gestores de UCs.

- Ensino a distância: A necessidade de distanciamento social gerou a necessidade de ensino remoto em todas as IES do país. No PPGEtno, essa dificuldade se transformou em ótima oportunidade, principalmente pelo fato de ser um PPG com quatro universidades associadas. Os discentes tiveram oportunidade de fazer mais disciplinas e os laboratórios a oportunidade de interagir com novos grupos de pesquisa.